No tranco
Não sei se no pranto
Dessa dor mal servida,
Chorava eu ou Deus
Dessa vida divertida.
Sabia que há muito,
De nada valia rezar,
Se muito, olhava o céu,
No mais, era deixar.
Deixar o tempo passar,
Deixar tudo pra lá.
O todo são duas metades,
Que mais se pode esperar?
Mas ainda, por hábito,
Tranquei porta e janela,
Enquanto tiros riscavam
Os becos da favela.