## Por uma nova tela ##

Não hão de calar a voz,

cortar braços, olhos e mãos.

Nadarei contra maré lixo tóxico,

sobre pedras serei sola de borracha.

Insano algoz de incertas flechas.

Covarde!

Fogo sobre povo que ingênuo arde.

Maldade em homeopáticas doses;

tesoura em asas de babilardes.

Não, não hão de congelar meu sangue,

nem destruir nossos propósitos,

minha argúcia inda resiste sob o peso,

apesar dos dedos, apesar da gangue.

Liberdade há de acordar triunfante,

força da maré a ralé carregará,

dias inglórios vencidos serão,

tintas em nova tela surgirão.

(Taciana Valença)

Tela: o grito dos oprimidos (Oswaldo Guayasamín)

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 27/07/2019
Código do texto: T6706037
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.