Negros Gatos

Noite de clima ameno

a lua clareando em torno das núvens,

que correm apressadas pra mudar de lugar

bonito de se admirar.

Admirar é praqueles que tem tempo,

que não precisam olhar suas coisas

jogadas no canto da praça

pra ver se um inimigo vem te atacar.

Como gatos negros, desprezados

imperceptíveis, caminham, vagam.

De olhar desconfiado, meio assim de lado

caminhando com dificuldade

magros, sofridos e judiados.

Morar na rua não é pro fraco

tem que ser negro gato

de pêlo arrepiado pra afastar o mau olhado.

A calada da noite é fria, é gelada e dolorida,

na bebida se encontra companhia

e talvez até uma risada.

Mas quando a brisa passa, vem a depressão

de uma alma agoniada.

Prisioneira de um vício, viciada na prisão

prisão de não saber quem é

talvez não aceitar o que já foi.

Eles seguem assim, negros gatos

todos parecidos na madrugada

de olhos arregalados e pêlos arrepiados.

Na esperança que em meio a multidão

Deus que lhes recolha e traga-lhes uma direção.

Ana Sgobbi
Enviado por Ana Sgobbi em 26/07/2019
Código do texto: T6705301
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