Da Rua

Em passadas tristes, caminha aquele pobre senhor

Seu olhar perdido, de um alguém perdido

Seu desânimo, seu cansaço...

Com ardor, seu caminhar se torna um pesar!

Roupas sujas, rasgadas... fede...

Incapaz de saber o seu rumo...

Seu dormitório... sua satisfação...

Barba longa e grisalha...

Deixa mais acabado, o pobre acabado...

Ele se senta...

E de sua sacola de saco de lixo,

Puxa um cobertor maltrapilho e rasgado

Ele forra o chão...

Pessoas passam por ele e...

Descaso...

Olham como se fossem um marginal!

Não sei de onde ele iria tirar forças...

Forças para atacar, maltratar...

Passam-se as horas...

Anoitece e ele continua sentado...

Mais alguns minutos...

Deita-se sobre aquele cobertor.

Seus sonhos? Ninguém traduz...

Ninguém tenta traduzir.

É o descaso...

O acaso lhe pôs ali...

Que caso?

Que descaso?

Que mero acaso?

Todos relutam... ele nem isso.

Seu caminhar um pesar

No seu pesar, eu sei o que ele sente...

Uma imensa vontade de chorar!