Liquidação
A carne está exposta.
Há muita massa e curvas nas telas...
Em prateleiras cerebrais vazias,
que não sabem dizer nada
- são meras exposições.
Há clientes, é verdade.
Que observam, desejam.
Que pagariam caro
por uma pitada da carne fresca.
As telas mentem.
As lentes enxergam demais...
E tudo que o falo sente,
sem a essência invisível,
que o faro não capta,
depois da cópula se desfaz.
O apego à carne vira carma.
A prateleira,
depois da cama,
torna-se o sepulcro das lamentações.
E o efêmero,
que não fortifica a alma,
clama no desespero da desilusão.