Vertigem

É que a manhã sangrou,

empalideceu.

No céu de nós

nenhum sol a anunciar o dia.

Ruminamos uma realidade

ácida demais

a esperança morre à míngua

no bucho da alma.

Há quem diga que morremos

sempre

Eu não!

Ouso acreditar que bebemos

o sangue da manhã

e tomamos a cor da luta.

“Eles passarão,

nós passarinhos”.