Quem sabe um dia o Brasil seja justo
Que saudade da minha terra
Onde cantava o sabiá
Onde havia palmeira
Prosa e verso
Alegria em todo lugar
Hoje só tem justiça politizada
Política justicializada
Um povo adverso
Avesso e retrocedendo
Nos costumes, nos hábitos
Na ordem e até na lei
A pobreza o desemprego
A violência campeando
Por aqui e por lá
As crianças saem da escola
Continuam pulando, correndo
Mas é de balas que explodem em suas cabeças
Muitas morrem brutalmente assassinadas
Que malfadada terra
Miséria, penúria, ignorância
Concentração de renda
Truculência, barbaridades, ferocidades
Primitivismo intelectual
Maquiavelismo selvagem
As mulheres estão sendo violadas
Sem voz e sem vez
Caem como moscas sem vidas
Pelo chão
Um morto ali na esquina, outro no beco
No mato, no riacho, no campo
Que se extingui,
Pois não há proteção ambiental
Não para, deslizamentos de terras
Estouro de barragens,
Tiroteios aos milhões
Meu país era verde e amarelo
Permanece amarelo com a perda do sangue de seus filhos
Verde irado por tanta ignomia, degradação
...Desigualdade; vou parar de falar.
A palmeira esta extinta
A prosa e o verso não vão rimar
E o sabiá não voltara cantar
Nas madrugadas e nem tão cedo
Se é que por aqui ficou, sei lá !