TEMPOS DE CÓLERA
Quando há subversão
de valores morais e políticos
a ética e a estética
ficam tontas
qual uma bússola ensandecida.
O poema bota a boca no mundo
e se faz denúncia.
E a voz em poesia,
carregada de asco e proscrição
se animaliza em visceral indigestão.
Afinal, o que é o poema
senão o relato triste de quem ama
e se transfigura na matéria prima
da realidade?
O poema, operário da luta,
é um martelo
batendo sobre a bigorna.
– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2007/2009.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/667499