Dos quandos...
Dos quandos
E quando falei das outras injustiças..
ninguém ouviu…
Das fomes em desertos áridos
Das meninas casadoiras e impúberes,..
e dos velhos e nojentos
comprando seus hímenes
e suas desgraças sem véus…
Ninguém me ouviu…
E banhos de cadáveres aconteceram.
Gritei meu grito…
Ninguém me ouviu..
E chorei… Cada irmãzinha vendida, dada, trocada!
De que adianta meu choro?
Se quem me sorri emite o seu escárnio.
Pois não há dignidade perante a força dos que mandam…
Não há vergonha..
nem comoção...mesmo ante a curra,
A desonra, os preceitos...
Tudo é nada…
Tudo é em vão...
Meu grito não soa.
Perde-se na imensidão de cavados vãos…
Gritei a fome de cada irmão.
Pedi ao Deus… Compaixão…
Que se tenha o cão de estimação..
Que se de a ele ovas… ovas...
Mas.. que se zele nosso semelhante e irmão…
Só que ninguém escutou, ninguém me ouviu…
E de lá pra cá..
De tanto ver a faca cortar..
Eu me chamo solidão…
Quem sabe até me acostume…
com os conceitos do mundo.
Mas, por enquanto....
Dorothy Carvalho