1 era um dia festivo 2 desses que a gente gosta 3 porque tem a ver 4 com criança.

O carro estava 5 com tudo em dia, e aquela 6 família sorria pois o tema do dia 7 seria regada de abraços.

Imagina a conversa 8 dentro do carro que mistura 9 a fala de mãe, de pai 10 de filho, de sogro, de amiga e do espírito santo 11 ( por que não seria?).

A curva aqui 12, o semáforo ali 13, empurra-se a marcha 14 para subir e descer 15 pelas ruas. Pensa-se ao 16 volante que o para-brisa tá funcionando ou 17 não tá funcionando, lá 18 e cá 19, enquanto devaneios 20 recordam de músicas do passado e planejam notas 21 para quem sabe um sucesso.

Olha-se pela janela 22 de um jeito perdido 23 da situação do país de protestos 24 , porém hoje 25 é dia de chá de bebê 26. Ameniza-se o peso dos dias 27 junto aos seus em favor da paz 28, por isso o caminho para o bom 29 encontro dos seus.

No banco 30 de trás o menino pulava os olhos na paisagem 31 uma vez que 32 para ela era uma paixão 33 saber dos meninos outros que passavam 34 nas ruas. Pai da mãe e mãe 35 conversavam sobre os detalhes 36 de uma vida cheia de 37 lutas mesmo sendo discretas nestas batalhas 38. A amiga 39 reforçava os argumentos da vida 40 e suas contradições.

O sogro 41 viajava às vezes e por instantes em suas recordações 42 rápidas pois a partir de uma certa 43 parte da existência tudo é memória 44 escapadas de prosa 45. Os carros passavam menos 46 agoniados pois era fim 47 de semana 48.

Era um carro 49 com pessoas a desejarem evento de família 50 em homenagem à criança 51 que estava por vir. É sempre motivo 52 de comemoração.

Enquanto isso, o homem que reciclava estava pronto pro seu destino 53 de encarar mais uma jornada 54 e assim varar no tempo que fosse 55 possível.

Quando avistaram 56 o blindado, o céu mudou para cinza pois é a presença 57 deste veículo uma tensão 58 só e não há nos dias de hoje como 59 não pensar diferente.

Estava lá longe ainda 60. Mas parecia tão perto 61, chegando-se 62 e passando-se 63 , iniciou-se 64 num popocar não de pipoca como haveria de comer-se 65 no chá de bebê 66, que surpreendeu todos daquela família 67 por conta de um comando, num ato 68 que paralisou o tempo. E parou o motor 69. E segundos se fizeram sons 70 que voltaram para uma realidade estonteante que precisava 71 abrir a porta para a saída da mãe 72, do pequenino 73 , da amiga 74 e do sogro que experiente sabia 75 do que poderia ser. As mãos do volante pararam 76 de se mexer... Gritos das janelas 77 começaram a surgir. Gritos da esposa se fizeram escutar no mundo 78. Um celular gravou 79 as cenas da não Humanidade defendendo o Estado de Mal-Estar e Nepropolítica.

80 Que não serão esquecidos!