... ENTRE LAMAS E CHAMAS II...
O primeiro poema Entre Lamas e Chamas, foi sobre Mariana-MG e o Museu Nacional no Rio de Janeiro... este é sobre Brumadinho-MG e o CT do Flamengo no Rio de Janeiro...
Ainda nem sabemos
Quantos são os mortos...
Ainda sequer removemos
Toda lama dos corpos...
Ainda não choramos
Todas as lágrimas dos olhos
Pelas perdas e desenganos...
Todos ainda estamos pasmos
À mercê de laudos forjados
Por empresários e seus advogados...
Sozinho, um pai tem o olhar perdido
No caminho à espera do filho desaparecido.
Brumadinho, seu povo está exaurido
Qual passarinho que voa aturdido
Seu ninho pela lama foi destruído.
Sozinha, a esposa chora a perda do marido
Seu filho é mais um órfão do lucro desmedido
Ainda nem aprendemos
A não jogar lixo nas ruas e avenidas
Ainda sequer refizemos
A ciclovia mal erguida...
Ainda sequer cuidamos
Das pessoas, pós-chuvas, feridas...
Mais sonhos queimados, outras vidas...
Jovens atletas, todos lamentamos
Tão cedo foram suas partidas...
Chamas da ganância continuam a queimar
Nos conteiners, vidas de jovens a matar
No Museu, história de vida apagar
Lamas do descaso continuam a desolar
Mariana: quantas lágrimas restam pra chorar?
Rio Doce viu a doçura amargar
Águas doces do Paraopeba: chegarão ao mar?
ESTEVAMATIAZZI
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