O POSTULANTE AO CARGO DE AGENTE POLÍTICO
Filiou-se a um partido político.
Provou através de certidões que é cidadão ilibado.
Teve deferida a sua candidatura.
Não tinha “quartel-general”, nem cabos eleitorais.
Enfrentou a luta com a colaboração dos amigos.
Teve o apoio inconteste de sua família.
Cheio de ideias novas, diferentes...
Lá foi o postulante ao cargo de agente político.
Gastou muita sola do sapato.
Andou nas praças, nas ruas, de porta em porta.
Ouviu as reclamações de eleitores conscientes.
Assustou-se com tantos pedidos em troca de voto.
Nos comícios, seus discursos eloquentes
Eram em favor de justiça social...
O povo gritava... era ovacionado.
As pesquisas o indicava campeão de votos.
O candidato, maria de primeira viagem, estava contente.
Já elaborava projetos para a vida do povo melhorar.
Mal sabia ele, que, sem dinheiro perde a eleição.
Tem que prometer emprego e fazer parte da “panela”.
A compra de votos é comum e vai de gasolina até dentadura...
Troca-se um voto até por um quilo de costela.
Candidato honesto não ganha, só apanha!
Tem eleitor que vota com o coração, outro na corrupção.