A FERA
Hoje eu parei pra pensar
Sobre os rumos da humanidade
E o que pude observar
Foi violência e crueldade
O mundo globalizado,
Em constante evolução,
Vive hoje aprisionado
Em conflitos sem solução.
Os olhos que veem o mundo
Através de janelas gradeadas
São cativos involuntários
Dos criminosos cujas mãos estão armadas.
Um homem “em evolução”,
Disse Darwin,
Foi essa sua conclusão,
Mas ele só evolui
Pra sua própria degradação.
Socorro! Chega!
Não aguento mais!
Ouço gritos abafados
Pedindo paz.
Cadê a justiça?
Num túmulo ela jaz.
Há uma nação,
Chamada Brasil,
Cujo coração
Bate por mil,
Por milhares,
Por milhões:
Paz! Paz para as multidões!
Multidões de vidas, de vivos
Que molham com o suor de seus rostos o chão,
Que encharcam a terra
Com trabalho em busca do pão.
Um povo que trabalha,
Que sonha com um mundo melhor,
Que implora por justiça
Quem a fará?
A violência impera.
Como lutar contra essa fera
Medonha que se espalha e mata
Levada pelo vento?
E esse vento
De onde vem?
Ele vem dos primórdios da “civilização”,
Pela falta de investimento
No preparo da população,
Pelo estímulo tresloucado
A comportamentos sem perdão,
Pelas leis que afagam bandidos
E aprisionam o cidadão.
Para deter esse vento
É necessário outro vento
Mais potente, forte e eficaz:
Um Vento de mudanças,
Que varra a sujeira da impunidade,
Que transporte pra longe a criminalidade,
Que, enfim, trate as pessoas
Com a devida humanidade,
Que mostre que para haver ordem
Tem que ser comedida a liberdade
E que existem regras a serem cumpridas
Para se viver em sociedade,
Que o respeito ao outro, além de uma virtude,
É o dever contínuo que exige reciprocidade.
Ventem aqui,
Soprem aqui:
Justiça,
Ordem
E paz.