Labor
Estende-se sobre minha alma
um concreto abstrato
Anunciado em regras de normalidades,
Conselhos autoritários
em um juramento pátrio.
Recomenda-se o tom suave
Nas desventuras de minha face
escondida em outros corpos
De pedra, cimento, aço...
Concreto dos alicerces,
Escultura de toda arte.
Com mãos solenes que são de carne,
De dores e desalentos,
Concreta a minha face
Desbotada em desprezo,
Desfigurada no descompasso
De quem se faz constantemente
Construindo utilidades: coisas sem sentimentos.