MAMÃE, DÊ-ME UMA CHANCE.

Eu sou um presente de Deus pra você

A despeito da circunstância em que eu venha a nascer.

Sou tão frágil, tão pequeno,

Tão singelo, tão sereno.

Completamente dependente de você.

Mamãe, desde o ventre eu já lhe amo

Dê-me uma chance de lhe conhecer.

Quero poder olhar seus olhos

Quero sentir o toque de sua mão

Ouvindo as batidas do seu coração.

Quero lhe ver,

Mamãe, eu quero nascer e crescer

E uma dia poder

Ao seu ouvido dizer:

Te amo!

Mãe, eu estou dentro de você

E mesmo sem lhe conhecer

Eu já lhe chamo.

Sou um indefeso ser humano.

Eu sou vida, sou um feto.

Preciso do seu afeto.

Seu carinho pra me proteger,

Sua mão pra me guiar.

Minha vida em suas mãos está.

Dê-me uma chance pra lhe amar.

Mãe, eu quero ter o seu olhar

Pra iluminar meu caminho.

Não me mate, não me deixe

Sozinho.

Sou frágil, tão pequenininho.

Fui gerado neste ninho

Que é seu ventre.

Mamãe, eu entrei aqui com vida

Deixe-me sair vivo também.

Necessito da sua vida pra viver.

Espere o tempo de eu nascer

E, Mãe...

Se você não me quiser

Quando o seu ninho eu deixar,

Permita-me apenas,

Por um instante,

Sobre o seu colo me deitar

E olhar...

Mirar seus olhos ao menos uma vez,

Lhe sentir uma vez mais,

Antes de me mandar embora

E me entregar a outros braços,

Deixa-me sentir o calor do seu abraço.

E por favor, mamãe...

Quando me arrancares do seu seio

E de mim então se desfazer,

Antes de partir olhe para trás.

Permita-me tocar seu rosto e dizer:

Adeus, mamãe,

Até nunca mais...

De: Seu filho que lhe ama.

Por Neuza Moreira.

Na noite da quarta-feira de 25 de junho de 2007, às 18h15m aproximadamente.