... ENTRE LAMAS E CHAMAS ...
Publicarei nos próximos dias três poemas em sequência sobre as lamas e chamas que sujam e queimam a humanidade, na maioria das vezes, por sua própria responsabilidade.
Ainda nem calculamos
Os estragos, os danos...
Ainda sequer limpamos
A sujeira embaixo dos panos...
Ainda não responsabilizamos
As empresas e seus donos
Pela morte de animais e humanos...
Todos ainda estamos
À mercê do poder de tiranos
Com seus sórdidos planos...
Ainda vemos o vermelho da lama
Lágrimas de sangue de Mariana
No Rio Doce, amarga derrama
Persiste no tempo, triste drama
Vidas ceifadas numa cruel trama
Indiferente à dor de Maria ou de Ana
Ainda nem debelamos
O fogo nos escombros
Ainda sequer nos livramos
Dos fardos pesados nos ombros...
Ainda não desacorrentamos
Todos que ficaram nos troncos...
Nem mesmo sequer estudamos
Toda história queimada naqueles cômodos...
Por ora, pelo Museu choramos
Sobram-nos tantos incômodos...
Ainda vemos avermelhadas chamas
Civilizações ameríndias pré-colombianas
Queimadas entre obras africanas
E outras clássicas Greco-romanas
Luzia traga luz das origens humanas
Antes que se apague a memória destas chamas insanas
ESTEVAMATIAZZI
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