O homem pós-moderno

O homem romântico,

O que ele diria sobre suas musas desvirginadas aos treze anos?

O que ele faria diante das Senhoras que dizem amar seus maridos,

Mas saem todas as noites para dormir com outros?

O homem romântico se contorceria,

Seus gritos não seriam ouvidos por tímpanos humanos,

Mas a expressão de seus urros pode ser expressa pela guitarra

Dos ultra-românticos, que o entendem.

E o bom selvagem?

O que ele diria sobre o sofrimento de seus irmãos?

“Dizem que não existo”, diz o bom selvagem.

Mas na verdade ele existe dentro de nossos corações.

Quando, porém, o coração está sujo pela fuligem das cidades

Ele não consegue sentir suas próprias palavras,

Torna-se igual ao homem atrás das grades,

O barulho dos motores torna sua consciência surda.

As grades não aprisionam mais apenas o bandido,

Elas nos aprisionam todos,

Sob o pretexto de proteger-nos

Mata-nos enfurnados em nossos recintos.

O que diria a vida sobre a morte,

Que paira constantemente sobre nossas cabeças,

Pois não nos esqueçamos das guerras que se espalham mundo afora,

Cujas conseqüências incluem a perna mutilada que a criança acidentada não sente.

As bombas todas são um furo no sorriso de nossas crianças,

São sentidas por todos nós,

Que não podemos acompanhar a dor dos inocentes atingidos pelas [guerras,

Mas o sistema nos acorrenta a protestos impotentes, pois assim [pensamos que são.

E os pobres vão sendo manobrados em massa,

A vida deles é contestada em existência,

Existe uma causa para a poesia,

A literatura como filosofia aqui entra,

O ser humano comum existiria onde?

Mas a luta é diária e constante,

O meu choro vem dizer da esperança,

Quando o mundo será salvo,

O homem é igual a todos os homens comuns cuja ignorância não o torna alienado,

Ao menos não totalmente.

Nós somos esse homem com o qual nos identificamos.

Não te esqueças que ele também sente.

H. P. Simões

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 23/09/2007
Reeditado em 29/04/2019
Código do texto: T664500
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