Discurso de Insetos

Eu sei, nem me dou o trabalho...

O pingo de sangue no barro

Vem do açoite do carrasco,

Aliviando sua fome de ganância

Matando do pobre, a esperança.

Essa caneta não pesa mais à mão?

Sua verba? Pega aqui no chão.

Da nobreza, o pobre é alavanca.

A riqueza, não é aqui que se planta.

Liberdade, tem em terra pior.

Generosidade, só em dia melhor.

Matador de fé, é quem espanca

Toda essa pobreza que lhe avança

Eu sei, nem tem mais atalho

Medo, já tem agenda e horário

Argumentar não é gesto páreo

Tem gente que ainda se espanta

Já é ritual de quem cedo levanta

O pingo de sangue que se espalha no barro

Vem do açoite, de um maldito, carrasco.

Aliviando sua podre fome de ganância.

Enterrando do pobre toda a sua esperança.

09/2018

VINICIUS S FONTES
Enviado por VINICIUS S FONTES em 11/05/2019
Código do texto: T6644526
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