Discurso de Insetos
Eu sei, nem me dou o trabalho...
O pingo de sangue no barro
Vem do açoite do carrasco,
Aliviando sua fome de ganância
Matando do pobre, a esperança.
Essa caneta não pesa mais à mão?
Sua verba? Pega aqui no chão.
Da nobreza, o pobre é alavanca.
A riqueza, não é aqui que se planta.
Liberdade, tem em terra pior.
Generosidade, só em dia melhor.
Matador de fé, é quem espanca
Toda essa pobreza que lhe avança
Eu sei, nem tem mais atalho
Medo, já tem agenda e horário
Argumentar não é gesto páreo
Tem gente que ainda se espanta
Já é ritual de quem cedo levanta
O pingo de sangue que se espalha no barro
Vem do açoite, de um maldito, carrasco.
Aliviando sua podre fome de ganância.
Enterrando do pobre toda a sua esperança.
09/2018