Monstros no Poder

Os olhos se fecharam quando as flores caíram.

Não perceberam que não haveria,

Mais sol depois da chuva.

E que o inverno seria eterno.

Tristeza, lágrimas e desespero.

Filhos perdidos, mães desesperadas.

A roda gigante girando vazia.

Ragendo enferrujada.

Cloriformios fecais jorram da boca do poder.

Acreditou quem quis ser enganado.

O monstro nunca se vestiu de anjo,

Nem se fantasiou de nada.

No totem a máscara caiu.

Trono nem sempre é lugar de honra.

Falsos deuses, falso Mito.

Devoram as carcaças apodrecidas

Daqueles que um dia o adoraram.

Antonio Candido Nascimento
Enviado por Antonio Candido Nascimento em 26/04/2019
Código do texto: T6632948
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