RETRATOS DO LAR
As paredes do casebre são ossos podres
De podres cores com atores podres de dores
As panelas amassadas amassam a fome
Que a alma da calma do homem sem nome
O piso da casa é a chama do inferno frio
Ande o sono com sons de cigarra no cio
O sono é leve como a fome que rói devagar
No ar, em altar para os pecados purgar
A revolta guardada sai dos poros gritando
Socos e palavrões. Pais e filhos se vomitando
Marido e mulher em guerra de espinhos e pedras
Ele, no futuro, será preso por não pagar pensão
Cegos todos se aturam na escuridão do dia-a-dia
Serão todos crucificados e ironizados em sua agonia