RETRATOS DO LAR

As paredes do casebre são ossos podres

De podres cores com atores podres de dores

As panelas amassadas amassam a fome

Que a alma da calma do homem sem nome

O piso da casa é a chama do inferno frio

Ande o sono com sons de cigarra no cio

O sono é leve como a fome que rói devagar

No ar, em altar para os pecados purgar

A revolta guardada sai dos poros gritando

Socos e palavrões. Pais e filhos se vomitando

Marido e mulher em guerra de espinhos e pedras

Ele, no futuro, será preso por não pagar pensão

Cegos todos se aturam na escuridão do dia-a-dia

Serão todos crucificados e ironizados em sua agonia

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 12/04/2019
Reeditado em 05/04/2020
Código do texto: T6621994
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