EU SOU A ÁRVORE
Eu sou tua paisagem,
Sou tua amiga...
Trago-te flores nas horas mais amenas...
Deixo-me tocar por teus apelos...
Quando a fome vier, dou-te o alimento;
Dou-te o remédio, e a sombra...
E o meu incenso...
Mas quando tombo ao machado,
Não me apresso...
Sou a chibata nos afoitos do progresso...
Dou asfixia aos avaros...
Enveneno a tua sala...
Não deixo a chuva cair;
Não deixo a água correr...
Não levo o canto das aves
Quando o dia amanhecer...
Dou-te o desespero e a fome...
Dou-te o deserto,
E a morte...