O indigente

Eu vivi uma vida sem destino

Nada quis e nada fiz

Fui o vazio de minhas ações

Hoje sou velho, terminal

Minha doença me consome

Estou sozinho num asilo

Sou tratado como um bicho

Um mendigo enlouquecido

Sem amigos ou abraços

Não vejo sentido que há na dor

E este tempo é desengano

Sou um bispo sem igreja

Desengano pe o meu vil nome

Sou soldado sem a guerra

O que fiz não aplaudiram

Esquece-se, então, meu sobrenome

Sou ninguém, sem identidade

Um deserto sem oásis

A ingratidão me assassinou

Sem dinheiro, me humilharam

No canil eu vim parar

Minhas idéias se perderão no tempo

Serei só mais uma nuvem

Ninguém se lembrará do meu sorriso...

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 08/04/2019
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