Um rapaz mulato

Se o preto é um cara pobre

Tem a alcunha de Feijão

E se o branco é um cara pobre e o chamam de Arroz

Se o preto é rico não há indistinção

Se o preto fica bonito há aproximação

Se o branco é pobre não há integração

Se o branco fica feio há segregação

A cota do preto, o branco protesta

É o branco querendo se justificar

A cota do branco , o preto detesta

É o preto não podendo lutar

E se o preto salva o branco, a sociedade desce do tamanco

O preto doa o seu sangue que misturado ao sangue do branco lota o banco que transfunde por ordem do branco que de jaleco branco salva o preto e tantos brancos.

E bato no peito a dizer que sou um rapaz mulato, não roubo e meu lombo não transporta cargas. Sou miscigenado pelo ato preto e branco e o meu sangue é da mesma cor do preto e do branco.

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 16/03/2019
Reeditado em 21/11/2020
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