Povo marcado
Perdoa meu canto desesperado
Que entoa um sem nexo a esmo
Mas é que meus sonhos alados
Turbilhonam tanto a mim mesmo
Que sina de vida descalça
Essa no sertão muito amarga
E eu que nem sei o que enlaça
Entendo que poesia tira a carga
Então sai do meu chão rachado
Pisei nesse lamaçal sem sentido
Vivi e morri todo rasgado
Vim pra Minas fugindo da seca
Me afoguei no minério falido
Que sina, essa vida de jeca!