Mãe Gentil

pedem:"gravem o professor na sua aula de historia.

Querem que grave o hino nacional...

Que o brado do povo heróico grite: "Deus a cima de todos".

Nada contra Deus, mas os filhos deste solo são laicos, ó mãe gentil.

Ó pátria amada, seus filhos morrem pela cor.

A gravata mata ao som do teu mar profundo.

A gravata, com seus crimes de colarinho branco, ofusca seus raios vividos.

Ao em vez de gravar os alunos cantando o hino nacional filme os problemas da escola, que não são poucos, e veja o que diz o ministro da educação!!!!

Mãe gentil, "o Brasil que eu quero" é um pais sem crimes de racismo;onde o brilho nos olhos venha antes que o tiro na cor.

O sol da liberdade que brilha para ti não é o mesmo que brilha para todos os seus filhos.

Onde esta o penhor dessa igualdade que conquistamos com braços fortes, terra dourada?

somos "povo-colônia" (de seus próprios filhos) em busca de independência e direitos civis.

Me desculpe pátria amada, mas sua justiça é seletiva!!

vivemos em estado de exceção.

sem clava forte da justiça...

Alias, a balança da justiça tem mil medidas, todas pra fuder pobre, preto e favelado.

Do Oiapoque ao Chui não vemos as estrelas de seu lábaro que tu ostentas.

Teu verde-louro ta manchado com nosso rubro sangue!

Se, dos filhos de solo és mãe gentil, sua gentileza se restringe à casa-grande.

A favela é a nova senzala e a policia no papel de capitão do mato tampa nossa boca e nos ensina apenas gritar gol.

É na copa que temos sua gentileza?!!!

Só lembrando que és gigante e rica por natureza e que da terra mais garrida que há na Terra, teus lindos campos tem mais flores; então porque ainda temos que morrer por seguranças de supermercados, que ontem era o ascendente a capitão do mato?

Mãe gentil, seu filho não há de fugir a luta.

Enquanto houver injustiça seguiremos resistindo.

Nossos bosque tem mais vida e nenhum canhão há transformar em ruínas o novo mundo....

porque a vida em teu seio há de ser mais amor.