Abriu, fechou
Abriu, fechou
Seria um fetiche?
Febril se achou
Sem apetite
Algo queimava por dentro
Mas se sentia exaurido
Onde buscava encontrar o centro
Marginais pensamentos negativos
Espírito malacafento
Gritava “sociedade doente”
Causava constrangimentos
Com sua língua saliente
Ojeriza das mentiras cabeludas
Vazava seus pruridos
Nas suas verdades agudas
Estampadas nos seus escritos
Mas balançavam suas certezas
Temia uma luta vã
Diante de tamanha avareza
Das almas do seu clã
Duvidava a mesma origem
Como Darwin daria sua explicação
Para uma espécie de tontos na vantagem
Pois grande era sua reprodução
Valendo a teoria da seleção natural
Com idiotas em profusão
Monopensamento atropelando o plural
Temia por sua extinção
Da produção em série a vitória
A importância de pertencer é o enfoque
Desprezam se pertencem à escória
Para os de fora, tratamentos de choque
Por isto às vezes abria seu caderno
Aquele no qual escrevia poesias
E fechava por medo do eterno
Do vómito de suas agonias