Onde o pobre se aventurou
Encima do morro
Na beira da encosta
Na vizinhança da barreira
Alojou-se
No prédio antigo fez sua morada
Na indústria do entretenimento
Aventurou
Vender os frutos do seu trabalho
Buscar o reciclável
Ganhar o pão, nas fábricas;
Nas ruas, nos becos, nas esquinas.
Onde fosse útil, preciso,
Lá estava presente
O que queria o que procurava?
Viver com dignidade e trabalhar, nada mais.
Mas a morte orgulhosa, ciumenta, ambiciosa e voraz;
Sempre esteve de mãos dadas com a má politica.
Atrelada com a leniência
Parente mais próximo da irresponsabilidade
Sagaz transita amiúde
Pela imiscuidade publica e privada
Articulando uma solução insustentável.
Proclama sem pena a tortura
Em alto e bom som.
Morreras nas águas da chuva!
Perecerás na lama!
Carbonizarás no fogo!
Esse é preço de sua aventura
Oh pobre por se aventurar!
O risco era eminente
O perigo ali habitava
A montanha de lama clamava
Sai dai que eu quero passar
A encosta descrevia o caminho
A árvore ameaçava abraça-lo
Todos os dias
Mas você não enxergava e nem ouvia
Oh pobre, esse é o preço de se aventurar.
De querer viver a vida com dignidade
E só trabalhar!