Como ensinar poesia
Como ensinar poesia?
Como ensinar poesia, para alguém que tem fome e sede?
Fome não só de comida, mas fome de aprender, de viver e sede de emoção também. Alguém que não tem acalento, nem amor e que nem vive direito. Como despertar através da poesia essa emoção, esse prazer e esse saber viver? Que passos seguir?
Não é fácil. Também não é impossível. No livro “ O pequeno príncipe”, Exupéry diz que “ impossível é uma palavra que não existe”, talvez ao certo é fazer “deles” pequenos príncipes.
Como ensinar a magia da poesia? Do fazer poesia?
O poeta Neruda diz que “ Escrever é fácil. Você começa com uma maiúscula e termina com um ponto final. No meio, coloca idéias”. Eis aí, talvez o primeiro passo.
E o que é bom na poesia?
“ O bom na poesia é o poetar. Liberdade de brincar com a música das palavras. Sentir seu significado, do cultivar e expressar as flores da alma”. Eis aí, talvez o segundo passo.
E depois?
Depois como disse nosso inesquecível Drummond, “ Chega mais perto e contemple as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse para a resposta, pobre ou terrível, que lhes deres:
Trouxeste a chave?”
Eis aí, talvez mais um passo.
Um poeta nosso barreirense, nos diz que “ Não quero fazer da poesia um exercício de nuvens O ato de escrever não pode ser um êxodo, um engodo, um engano. Ah! Meu país que eu amo tanto, apesar da mancha de corrupção. A poesia é bela, mas abala feito a bala na favela”.
Eis aí, uma reflexão.
Mas como fazer realmente poesia?
Cecília Meireles nos diz que para fazer um poema, “ basta prender na página um pássaro invisível e nas palavras soltar seu vôo”.
Eis aí, de fato um poema.
Talvez dissesse também, que para fazer poesia precisamos de pessoas que tenham os pés na terra e a cabeça nas estrelas...Quem disse este poema ? Não importa, precisamos ser capazes de sonhar sem medo de nossos sonhos, mas tão idealistas que transformemos nossos sonhos em metas
Eis aí um objetivo.
E se por ventura não conseguir?
Tente.
Faça uma poesia.
Autora: Márcia Rasia
1º arteducação 2003.