Soneto coletivo
Aqui vamos todos maltratados
coletivamente no sofrimento
resignados e sem lamento
assim como gado amontoados
No que já se enxerga peremptório
porém se descobre angústia velada
se sufocando de estrada em estrada
há de se crer, ser aqui o purgatório
De parada em parada destinos cruzados
daqueles que um dia sonham em vencer
contudo por hora só são massacrados
E pelas janelas se enxerga mais vidas
perdidas na grande e complexa urbe
onde cada um vela suas próprias feridas