In memoriam.
Eu furacão de mim
ora me reconstruo.
depois da destruição
o renovar de ares,
o band-aid nos pesares,
o remorso mal costurado
em remendos de improviso,
cobrindo carnes putrefatas
tapando buracos das paredes mortas
de uma casa vazia
cujos donos do lar foram varridos
enquanto distraídos estavam
assistindo ao JN.
Fala aí Bonner,
o Brasil precisa saber a verdade,
que virá de tua boca,
pois que outros dela fazem alarde
gritando cada vez mais alto,
pois que o som do povo que tem fome
urge calar no grito,
no silêncio das noites vazias de sentido
no país que foi sem nunca ter sido.