Cuidado!

Belo, Belo foi feliz!

Na pedra de moer fantasias

Beijava as flores da noite

Sem tino! Com muita alegria.

Belo, Belo era gente

Quando a noite o vestia

Mas perdeu a indumentária

Ao longo de alguns dias.

Comia da avariose!

Nas quimeras dos bordeis

Bebia as melodias do lues!

Nos cabarés.

E as belas mariposas!

Loucas e a meia luz

Afogaram a Belo, Belo

Em seu Treponema Pallidum.

A culpa é de Belo, Belo!

Por não querer prevenir-se

Não vestiu a roupa certa

No momento mais propício.

Belo, Belo ficou pardo

Sem tinta nas suas mãos

Esquecido ao véu dos dias

Morrendo em solidão.

Destinado a vaguear

Até fenecer o peito

A pedra é seu cobertor

E a madeira o seu leito.

Edivaldo Mendonça
Enviado por Edivaldo Mendonça em 05/01/2019
Código do texto: T6543385
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