MASCARAS

“MASCARAS”

Somos todos tolos mascarados,

Neste ilusório cotidiano perverso;

Sufocados por meras convenções que nos oprime,

E fingimos assim nos aliar ao adverso.

Temos muitas mascaras por usar,

Escondidas em nosso armário carcomido;

Lotados de fracassadas ilusões efêmeras,

Onde alimentamos nossos medos reprimidos.

Este mundo mudo nos sufoca,

Com ruídos infernais em nosso espírito;

Nossa alma bela e frágil usa suas mascaras,

“Auto proteção”, diz ela em alto grito.

E quando chega a noite sós voltamos,

Em nossas casas em vão trocamos nossas mascaras;

E nos trancamos com trancas mosqueadas,

Lavamos nossos corpos, retocamos nossas caras.

Com rouge ou com baton,

Com creme de barbear;

Limpamos nossos corpos, ficamos então desnudos,

Até o outro dia, um novo começar.

*J.L.BORGES