Abandonada
Que poder tem o não?
Aumentar, diminuir
Acolher e rejeitar.
Tudo pode
E nada faz
O não duro de ouvir
Um não por vezes
Uma vida salvar.
Ensina, amadurece
Se aprender a lidar.
Uma boneca no lixo
Não, não é como uma vida
Jogada, excluída
Arrancada
Invadida.
O motivo nem sempre
Apenas imaginação
O porquê, mas por que
Me desse um não?
Tão pequena, indefesa
Manda levar
Joga no ralo, bueiro
Num saco de lixo
Não quero não.
Uma vida que pesa
Será? Será que não?
Melhor não ver
Tão pouco saber
Onde? Por onde anda
A desculpa pra esse não.
A vida cria caminhos
Surpreendentes
Quem sabe um dia
Ah, um dia eu não encontre
Eu não esbarre
E também com um não
Não me mostre, nem encoste
Na verdade
Se maldade ou sem
Não sei,
não sei se não
Ou talvez.