Doce feito fel
Estão desgastadas as luvas do tempo convicto;
Estão atrasadas as ruas do vento descrito.
O vento faz tombar o verde flamejante,
Que grita de dor no silêncio do outono.
Sulca a carne como uma lâmina cortante.
Rente ao solo ceifa-se sua vida,
Desperdiçada em movimentos repetidos à exaustão,
Que fazem cair dois corpos sobre a rubra terra.
É travada a guerra contra a vida,
É molhada a terra ainda ressequida.
Trilhas escuras, desertas, repletas de cor...
É o som da dor que grita ao vento,
Mas tão carecida é esta luta,
Que os cortes da carne,
Antes riachos repletos de cor,
Cicatrizam as marcas arranhadas nas pernas.