PEZ

Sou da cor do betume
Negrume
Negro lume.
O estrume
Da flor
O perfume.
Imune
Às leis “não rume”.
A raiz, a semente,
A flor, o legume...
Suspeito bípede implume,
Do aço o gume.
Alhures alguém pune.
Este costume
Fez da minha pele
O que faz o curtume.
A obra-prima!
Não tapume.
Nossas tribos
Se se unem,
Resumem a posteridade:
Cardume.

Publicado em Cadernos Negros 29
Quilombhoje, 2006 , São Paulo, pág 170
Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 15/11/2018
Reeditado em 15/11/2018
Código do texto: T6503271
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