ZEFERINA
A primeira vez que a vi
Lavava-se ela
Da poeira e sangue nas pernas
Na Fonte do Xixi.
Portava uma lazarina.
Da segunda vez,
A Filha de Olorum
Rainha Zeferina,
Já menina reinava.
Seu sorriso de colar,
Contas para Oxalá.
Seu séquito, súditos benfeitores.
Da terça vez
A guerreira Zeferina estava no poste
Na entrada-saída da cidade.
Por um olhar sentinela foi fotografada
E seu brilho virou cartão postal
Na livraria do aeroporto.
- Vidas à Rainha Zeferina! Vidas!
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Publicado em Cadernos Negros 31
Quilombhoje, São Paulo, 2008