O que vi, o que vejo e o que sinto
Quando cheguei você me disse:
És o primeiro que me da atenção neste dia
Recebi um soco direto no estomago
Um forte chute no traseiro
Evidente que não respondo pelos outros semelhantes
Mas sou assemelhado, não igual, mas idêntico
Identifico-me pelas cores na pele
Somos iguais nos sentimentos, nas dores, na forme
Partilhamos do sexo, do nexo
Tateamos o mesmo mundo, colhendo os mesmos frutos
Comemos, escorregamos pelos erros
De nossas escolhas
Falamos, gritamos, choramos
Produzimos os mesmos lixos
Apenas diferimos na qualidade e no preço
Talvez nem isso
Na sua latrina encontra-se o cheiro
Humano distinto do meu
Quando abro o olho, ele nunca mais fechara
Pois passo a enxergar o que antes não via
A mente abre e se expande
Jamais voltara a fechar
Mente resilente não existe
Mente quem o diz superior
Diferente, distinto, maior, melhor
Pelo contrario, és o pior por que deixa de ver
De ter, de sentir a sensação
Compartilhar esta brecha na trilha da vida
Deixa de possuir o prazer de viver
Quando você me disse :
És o primeiro que me da atenção neste dia
Constatei que somos uma matéria distinta e humana
Apenas um produto do mesmo lixo