O POEMA QUE VOTOU NA ALMA

O POEMA QUE VOTOU NA ALMA

Lá tinha algumas paredes,

todas em plena função,

corpos e mentes saudáveis

portas que podiam se abrir

outras não

Alguns cupins

e de outro lado

ratos e ratoeiras

formiguinhas caminhando

limpeza e poeira

Tinha de tudo

a todo sabor

doce amargo

vermelho

ou incolor

Tinha ventos

que obedeciam sentimentos

outros só seguiam a massa

Perigo estar dormindo

enquanto a carruagem passa

aglomerados quase confiantes

Olhares ? Só pra fora,

pra dentro é preocupante

A força do querer ser enquadrado

é tão perigosa

quase como andar armado

de lutas inúteis

A maior batalha vai se cravar pelo caminho

não importa se armadilha ou ninho

Quando se rotula o pensar

por pavor

quando se cria compartimentos na cabeça

cria-se fantasmas

e não há quem mereça...

Em todo turbilhão de certezas

voltadas para interesses pequenos

fora da alma e por isso,

menos,

nasce um monturo

e morrem os indivíduos

e deteriora-se a humanidade

Quem ,a seu vizinho ou par

deu ouvidos? .

Importava a dor de barriga?

o carro que atropelou?

o choro da criança?

"Não, não estou"

Foi essa a frase que disse

o brasileiro

para a sua matéria prima,

para a sua mais íntima verdade,

independentemente de votar em

em Bolsonaro ou Haddad

A essência do povo Brasileiro

mergulhou-se numa piscina de lama

esqueceu-se da alma e buscou-se o ego

e a fama

Poesia não tem partido

poesia não precisa fazer sentido

pode ser utopia

fantasia

Por isso poetizo as almas brasileiras

livres e vivas

abraçando-se amanhã em plena harmonia

Obrigada Senhor por permitir que me chamem de poeta!

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 28/10/2018
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