Império dos ratos
E, num dia, num belo dia,
Os súditos acordaram assim...
Espantados, atabalhoados.
E já não sabiam...
Se incrédulos, céticos...
Ou mesmo hipnotizados...
Com esse império, esse condado,
Assim, invadido pelos ratos.
E os ratos já tomavam
Quase tudo.
Ratazanas dominantes,
Ratazanas incontroláveis...
E subiram ao capitólio,
E se aninharam no erário,
E corromperam os códigos,
E se fizeram procriar,
E se fizeram espalhar,
Do palácio as províncias.
E sitiaram a polis,
E aliciaram a plebe,
E subornaram o parlamento,
E criaram o mecanismo...
Entretenimento...
Propinas e cinismo.
O poder dos roedores,
Calculado, estruturado...
Moradores dos porões,
Transformados em nobreza,
Dos porões a realeza.
E os ratos queriam mais,
E se isto estava em voga,
Queriam tudo...
Até mesmo as togas...
Mandar nos tribunais.
E se os súditos paralisam...
E se os súditos se acovardam...
Os roedores prosperam.
Famigerados roedores...
Valores carcomidos.
Eis o império dos ratos,
Que ditam, comandam,
Que controlam, destroem,
Nesse condado perdido.
Messias, 01.06.18