O mundo esquecido

Hoje é um grande dia

Dia de lançar ao caos matinal as lembranças

Que a cidade irreal deixa como marca pelas rodovias

Pelos caminhos de estrada, maçantes e sem consciência

É tarde, e os homens saem para a inexistência

Daqui escrevo algumas cartas e pela noite

Leio muito, Baudelaire, Rimbaud? Mas tudo é tão mau

Tudo é por demais complexo, volátil, exterco fútil

Vapores dispersos e flores do mal, o satã trimegisto

Nos aguarda

Quero conhecer os mausoléis e castelos

Que criaram a história dos impérios de sangue

Como bravo soldado de tempos ermos, como a paris

Dos tempos de luzes, como o outono que desfalece, para sempre

Quero apenas a paz e sossego, longe das palavras fiéis

Dos irmãos em palavra, e mesmo hipocritas, párias, que elevam

A sociedade para os algozes de seu sacrificio

Dê-me sossego, dê-me forças, por que a noite é longa

E a vida é curta

Claro amanhecer

Fome de espirito, pobres homens

Eles, aqui ouço noticias, morte e fraqueza escrevem a história

Chegam de várias partes do mundo, a desordem

O amor que em mim se mantém, em ti vive, oh irmãos

Nascemos da coragem e morremos do medo

Qual é o preço para a desistencia? Qual o preço

Para a revolução? as flores são caras

Pela rua vejo um amigo antigo, João! para onde vais?

"Ton pâle raison se cache l'infini"

E tua ausência mais parece vertigem

Tu! Meu companheiro, meu irmão!

Faremos parte em conjunto desse mundo esquecido

Escreveremos canções, cantaremos

E faremos da razão findada nosso sustento

Partiremos à guerra e ergueremos

Pela eternidade

O nosso pódio.

O nosso lamento.

Wilde
Enviado por Wilde em 14/10/2018
Reeditado em 14/10/2018
Código do texto: T6475608
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