O mundo esquecido
Hoje é um grande dia
Dia de lançar ao caos matinal as lembranças
Que a cidade irreal deixa como marca pelas rodovias
Pelos caminhos de estrada, maçantes e sem consciência
É tarde, e os homens saem para a inexistência
Daqui escrevo algumas cartas e pela noite
Leio muito, Baudelaire, Rimbaud? Mas tudo é tão mau
Tudo é por demais complexo, volátil, exterco fútil
Vapores dispersos e flores do mal, o satã trimegisto
Nos aguarda
Quero conhecer os mausoléis e castelos
Que criaram a história dos impérios de sangue
Como bravo soldado de tempos ermos, como a paris
Dos tempos de luzes, como o outono que desfalece, para sempre
Quero apenas a paz e sossego, longe das palavras fiéis
Dos irmãos em palavra, e mesmo hipocritas, párias, que elevam
A sociedade para os algozes de seu sacrificio
Dê-me sossego, dê-me forças, por que a noite é longa
E a vida é curta
Claro amanhecer
Fome de espirito, pobres homens
Eles, aqui ouço noticias, morte e fraqueza escrevem a história
Chegam de várias partes do mundo, a desordem
O amor que em mim se mantém, em ti vive, oh irmãos
Nascemos da coragem e morremos do medo
Qual é o preço para a desistencia? Qual o preço
Para a revolução? as flores são caras
Pela rua vejo um amigo antigo, João! para onde vais?
"Ton pâle raison se cache l'infini"
E tua ausência mais parece vertigem
Tu! Meu companheiro, meu irmão!
Faremos parte em conjunto desse mundo esquecido
Escreveremos canções, cantaremos
E faremos da razão findada nosso sustento
Partiremos à guerra e ergueremos
Pela eternidade
O nosso pódio.
O nosso lamento.