Loucura, Mistura

É samba, é semba, é simba, é soba, é mistura.

O ar, a luz, o chão, o verde, a altura.

O grito, o soco, a reza, a candura.

É leva, é treva, me enerva, a ditadura.

É marte, é parte, é morte, é sorte, é pura.

É um, é dois, é três, é dia, é mês, é manhã, noite escura.

É chique, é Chico, é triste, é chiste, é tortura.

Quem faz, quem traz, quem fatura.

A gueixa, a deixa, a ameixa, que fartura.

A crista, a pista, a vista, a lista, a procura.

É a inocência, a carência, a ciência, a gastura.

É a flor, é a dor, é o amor, é o que cura.

É o olho, é mão, é a mente, é a censura.

É o oito, é o coito, é o biscoito, a fofura.

É a seita, é a maleita, me deita, me segura.

São os ossos, são os nossos, é o que perdura.

É o teto, é o veto, é reto, é a curvatura.

O que quero, o que espero, a censura.

A nina, a sina, a tina, a vina, a leitura.

A lambada, a lambida, a chegada, a partida, me segura.

A sela, a tela, a vela, a novela, tudo cura.

A ameixa, a queixa, a deixa, se apura.

O que vai, o que sai, o que cai, nada dura...

Carlinhos De Almeida
Enviado por Carlinhos De Almeida em 11/09/2018
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