VIOLETA
VIOLETA
É na fragilidade da doce epiderme, que inicia a luta de uma guerreira;
Que enfrenta os monstros opressores, e desabrocha "viril", em meiga Violeta;
Vivendo o paradoxo de ser mulher frágil e destemida amazona;
Quebrando as correntes do descaso que fazem dela mítica, dona.
É no cotidiano desgastante que seu pólen ressurge, mais forte, mais brilhante.
E quando a chega a primavera e seus colibris, Violeta se fecha o bastante.
Espera chegar o inverno e seus desatinos para mostrar que seu poder é irredutível;
Para vencer quaisquer forças ocultas que tentam tirar proveito de sua formosura indiscutível.
Suas raízes são independentes como a força que dignifica o homem;
E sua vida é intransponível como a amarra que prende e corrompe.
Mas, se for para quebrar as correntes do preconceito miserável e fazer delas passado;
Violeta se transforma em ninfa e entra na luta com uma semente do bem de cada lado.
Mas, ela é como todas as mulheres: desacreditada, descartada;
A diferença é que Violeta não veio para ser temida, tampouco amada;
Sua presença dobra os joelhos do mais pútrido entre os mais másculos;
Violeta é a flor pronta para derrotar todos os nossos carrascos.