Ei, não fuja com a esperança no bolso.
Uns viajam para outro mundo
Outros para dentro do seu
E vai revezando a sensatez de quem perdeu
Uns usam passaportes para se identificar
Alguns usam o nome dos avós para fiado comprar
Quem padeceu?
Quem venceu?
Uns vendem-se
Outros alugam-se
E vai vagando por ai com máscaras
Politizando a vivência
Vendendo crenças, sons e declarações
Doa-se sonhos
Prometem acabar com seu sofrimento
Mas somente se for massivo
E quem suportará ouvir tanto grito?
Ei, não fuja com a esperança no bolso
E nem deixe cair de propósito
O que elimina a vida
Não venda ilusão nas ilhas perdidas com pratas e chimarrão
Nem vá contar histórias
Onde a realidade não consegue alcançar
Não fuja com os sonhos das crianças no bolso
E na pasta não carregue o giz do professor
A vida desmascarará
Seja em um leito de hospital
Ou nos asfaltos esburacados
Que onda é essa de querer roubar
Fingindo querer ajudar