Dias bravios

Dias bravios,

com gosto de chuva ácida

e cachorros espalhados

nas calçadas,

além de gente maltrapilha.

Os meios de transporte

não transportam;

a ciência, acumulada de fracassos,

faz proposições sobre curas

milagrosas.

O homem de jaleco é um barbeiro,

no tráfego denso dos cabelos.

Sob a plataforma de alumínio,

adeus às ilusões,

anuncia um outdoor

na contramão.

São coisas da cidade intempestiva,

que merece vaias e aplausos,

de uma sociedade permissiva.

João Barros
Enviado por João Barros em 23/08/2018
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