A Vinícola Sobibor
A Liberdade em Sobibor é clara, Lei
soberana. Ao cuspe e à fratura, fraterno
amor. Soberano Deus dos ossos e tendões
expostos. E aos Vermes.
Abatem-nos, então, sobre nossos pés nus, e
lembramos de nossas mães,
Cuspidas ao inferno, em direção à lama.
De nós arrancaram mulheres, latas e lar. Nomes.
Tampouco a “coisa” a nós é atribuída:
Por ser algo a coisa, mesmo que o número,
é divino. E aquilo que se destrói não se nomeia.
Por ser nomeado, santo que seja, se tem remorso.
A Justiça de Sobibor é lúcida, conquanto que
cada gole sorvido pela sancta terra infértil seja
sangue do meu sangue, e o pão da minha carne.
Que seja o sangue a Justiça, e o nome de Deus
a carne putrefata nas valas e vales. Minha mãe.
A Justiça? Eu a levo, como um cadáver, na pele
carcomida dos pés. Levantando contra o diabo
e contra a cruz o decreto:
Deus. Pai! Eles sabem o que fazem!