O país do moleque da rua
Foi quando recorreu ao subterfúgio
Caminhando em meio aos entulhos
O moleque que alçava o seu futuro
Carregava seu estômago num misto de embrulho
Inocência refletida aos céus
Fileira estreita de sonhos de arranha-céus
Triste por estar presente no banco dos réus
Dores que ardiam, inexiste a bula e o papel
Saudade recorre da mãe
Inexiste a presença do pai
Não se sabe nem onde se encontra
Onde fica o nexo da sobrevivência?
Vivências da sombra...
Forças pífias da existência
Da carência, avante ao grau da ausência
Petrificado ao prato sem meios grãos
Ignorado por quase todos aqueles
Que pregam a caridade por autopromoção
Na sarjeta, entregue a canaleta
Expectativa de vida reduzida
O andar num jeito opaco
Pouco espaço em meio ao mundo
A alma acoberta os espinhos
E as flores nem chegam entre raros carinhos
É visto como só mais um nauseabundo