VOTO EM VÃO
O voto é a arma, de um povo sem alma,
Que vivendo num trauma procura guarida.
Lá vem o político, com conversa e decência
E lhe tira a essência, o âmago da vida.
Discursos bonitos e muitas promessas,
Nas ruas há festas, nos lares há fome.
Será que esses homens, já não têm mais pudor,
Pois espelham o horror nas ruas e praças
E o povo sem graça, aplaude as balelas;
No semblante as mazelas, de tantas trapaças.
De novo eleição e a revolta é geral,
Política é um mal, pois só há desavença;
Políticos corruptos destruíram a “espécie”,
Enquanto o povo sofrido, perdeu sua crença.
De barriga vazia sobem em um caminhão,
Com destino à seção vão os eleitores,
Não importa a distância, se de longe ou de perto,
Trazendo nas mãos os calos e dores,
Do trabalho pesado, do salário minguado,
Vivendo em ruínas, sem letra e sem teto,
Pobres “analfabetos” vêm eleger os “doutores”.
O que ofereceram aos adolescentes
E aos analfabetos carentes do pão-do-saber:
O direito de votar sem perspectiva,
Não melhora a vida,
É mero anonimato.
Mas os tais candidatos,
Querem se eleger.
Autor: João Aragão
Itagibá – BA