Decoro
 
 
O baralho jogado à mesa;
Um descarte de uma carta;
A escolha era certa: presa
O parceiro não joga; falta
O naipe de ouros na jogada...
A sorte, então, fora roubada!
 
O rei de copas e sua dama
Completam a trama do jogo...
Acostumam-se com a lama...
No Castelo, a fama e o logro
Calam a injusta Justiça (sic)
Construída de pau-a-pique!
 
Enquanto o Moro translada
A verdadeira metamorfose
Para o limbo; a ralé, calada,
Sem coragem, morre de artrose...
Enquanto isso, nas masmorras,
Chora o Rei por ver pachorras!
 
As cúpulas, sempre viradas,
Escondem a laia de Carandiru
E o soberano, propinas guardadas:
Rasga, do lábaro, o divino Azul;
Vende o “ouro” profundo pro Norte;
E o “oceano” Verde vai à morte!
 
As malas, que serviam na viagem,
Ora são cofres que lavam à jato...
Ao Moro, a Lei e a chantagem!
Guerra e paz são ditos, e, de fato,
Podem morrer juntas, não há decoro...
Juízes também roubam: diz Moro!
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 15/08/2018
Código do texto: T6419402
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.