REDES SOCIAIS (1)
Poetizando...
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Uma das muitas formas de existir,
Uma das muitas formas de dizer saberes,
Uma das muitas formas de dizer não-saberes.
Existir implica ser notado,
Só existo para quem sou cotado,
Percebido, significado, validado,
Sentido, repetido e replicado.
Rede social deu vida às não-vidas,
Aos não-saberes de todos, em comum,
Pontos de vista, próprios e impróprios, revelam-se um a um.
A livre expressão tem lugar garantido,
Nem tanto como cada um imagina,
Pois dizer o impublicável pode,
Produzir identidade fútil e ‘fascina’.
Todos usamos, enjoamos e voltamos,
Por quê? Existimos na e em visibilidade,
Redes, publicidade, oferecem notabilidade.
Rede social é vitrina, sentina e latrina,
Nela exalta-se, ensina-se, cheira-se,
O pudor e despudor são como enzima,
Catalizadora de saberes, ranços e asneiras.
Redes sociais juntam, separam e matam,
Agregam, desagregam amigas e inimigas,
Fortuitamente provocam e apaziguam intrigas.
Nas redes enamora-se, casa-se, separa-se,
Nunca antes de os melhores elogios merecer,
O amor é sempre o sublime ápice de um prazer,
Que sobre todos deve opinião indubitável render.
Nas redes o amor é o mínimo e o máximo uníssono,
Apaga e desapega como vento e chuva em areia movediça,
Vira céu e inferno, trajeto e tragédia, banquete e carniça.
Enfim, redes sociais não são só mídias, facebooks e demais,
São nossa única maneira de sermos vistos, vivos e sociais,
Civilizados, humanos, coletivos, naturalizados e naturais,
Sem comunicação somos desafortunados e invisíveis mortais.