Olha Lá o Marrom
Olha lá o Marrom, tocando pandeiro no bar
como se o dia nunca mais fosse acabar
Cada batida do seu coração vem com o surdo,
a cuíca e o tan tan
Olha lá o Marrom, cumprimentando geral
como se toda rua e viela fosse seu quintal
dele não há par, ninguém bate na bola igual
é um sujeito singular
Olha lá o Marrom, pedindo vaga pra jogar
como se ninguém ali fosse do seu patamar,
também bate com a mão, fechada, aberta ou prato esperto,
puxado na pimenta
Olha lá o Marrom a se lamuriar
num rio de desespero que não encontra o mar
Mas que nada, é terça mas é sábado, e ávido volta
a batucar, a sonhar, se gabar
Olha lá o Marrom chegando pra almoçar.
* ao meu tio e amigo Sérgio (Marrom)